Presidente francês quer passar a idade mínima de 60 para 62 anos
O presidente da França, Nicolas Sarkozy, recusou-se ontem a desistir de seus planos para elevar a idade de aposentadoria no país de 60 para 62 anos, mesmo após grandes greves e protestos. Ele acenou, porém, com medidas para tentar se aproximar das centrais sindicais.
- Esta é uma reforma essencial. É normal que gere preocupações e grandes manifestações, como foi o caso de ontem. Eu estou ciente dos temores que foram expressos - disse o presidente.
Leia Mais...No entanto, ele excluiu a possibilidade de recuar no tema da idade para a aposentadoria.
- É o caminho mais razoável e é o escolhido por todos os outros países, e o escolhido pelo governo porque estamos vivendo mais - disse Sarkozy. Ele ressaltou que recusou outras soluções para cortar o déficit previdenciário, como elevar impostos ou reduzir as atuais aposentadorias.
Os protestos contra a reforma levaram mais de um milhão às ruas pelo país. Greves causaram grandes problemas nos serviços públicos e no sistema de transportes, no tema visto como um grande teste da capacidade do governo para realizar reformas estruturais a fim de reduzir o déficit público. Uma central de centro-esquerda, a CFDT, afirmou ontem que 2,5 milhões de pessoas participaram das manifestações pelo país. Apenas em Paris, 270 mil pessoas compareceram, afirmou a central.
Sarkozy ofereceu alguns ajustes na reforma, sobretudo em carreiras consideradas mais árduas. Atualmente, a reforma prevê que os trabalhadores com uma incapacidade de trabalho acima ou igual a 20% ainda poderão se aposentar aos 60 anos. Sarkozy disse querer que a reforma preveja que aqueles com nível de incapacidade acima de 10% possam também se aposentar aos 60 anos. Esses casos ficariam a cargo de uma comissão especial.
Os sindicatos garantem que essas concessões - já levantadas por ministros e conselheiros - não serão suficientes para impedir os protestos. Falando na rádio France Info mais cedo nesta quarta-feira, o chefe do sindicato, Ouvriere, Jean-Claude Mailly, disse que a reforma deve ser totalmente refeita.
- Nós veremos o que aparecerá mais tarde, mas não vemos como poderíamos ficar satisfeitos. Eu não sei como nós podemos escapar de outro dia (de greves) - afirmou ele.
Os sindicatos se reunirão na tarde desta quarta-feira para discutir uma resposta às declarações de Sarkozy. (Agência Estado)
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