quarta-feira, 22 de julho de 2009

Fundos: Greve da Vale no Canadá longe do fim

A greve dos trabalhadores da Vale Inco - mineradora de níquel da multinacional brasileira no Canadá -, que entra hoje no décimo dia, está longe de um desfecho, segundo Wayne Fraser, diretor do sindicato United Steelworkers. Em entrevista por telefone à Agência Estado, o sindicalista afirmou que a mineradora não atendeu ao pleito dos trabalhadores locais e a paralisação está mantida por tempo indeterminado.
A última reunião entre os representantes dos empregados e a empresa ocorreu três dias antes da votação que definiu a greve, nos dias 10 e 11 de julho. "Em nossa visão, a postura da companhia é egoísta e arrogante", disse. Segundo ele, os trabalhadores também não estão dispostos a ceder às pressões da empresa.

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Já a direção da Vale Inco informou que está sempre aberta a negociar com os trabalhadores, mas disse que não pode negociar sozinha. Em nota, a subsidiária canadense da Vale disse que "não há muito a discutir" enquanto os empregados não perceberem que as mudanças propostas pela empresa são necessárias para que o negócio seja competitivo e sustentável em todos os ciclos de preço. "As necessidades do nosso negócio não mudaram simplesmente porque os trabalhadores optaram pela greve."
Segundo Fraser, a Vale Inco não deu sinais de que voltará a negociar, mas a companhia começará a ser pressionada pela redução dos seus estoques, que deve ocorrer em meados de agosto e setembro. Os principais pontos de discordância entre a Vale Inco e seus trabalhadores dizem respeito aos planos de aposentadoria e aos bônus dos funcionários.
A Vale pretende mudar o formato atual do plano de aposentadoria, que é de "benefício definido" para o sistema de "contribuição definida". No primeiro mecanismo, o trabalhador sabe quanto vai receber no final, enquanto no segundo modelo apenas o valor da contribuição é estipulado. No caso dos bônus, que variam de acordo com a lucratividade, Fraser informou que a Vale quer estipular um limite para os ganhos.
Em entrevista recente, o presidente da Vale, Roger Agnelli, mostrou-se firme na proposta. "Se o sindicato não aceita, por questão filosófica, a gente também não aceita", afirmou. (Natalia Gómez - O Estado de S.Paulo)

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