Grupo de governistas favoráveis à vinculação da previdência ao mínimo soma pelo menos 64 deputados e pode garantir aprovação do projeto
Um grupo de deputados governistas favoráveis ao reajuste das aposentadorias pelo salário mínimo (PL 01/07) pode garantir a aprovação da matéria no plenário da Câmara. Unidos aos 129 parlamentares de oposição, que obstruem a pauta para que a proposta seja incluída, o grupo ameaça a orientação do governo e tira o sono da equipe econômica do Planalto (o impacto do reajuste chega a R$ 6 bilhões apenas em 2010).
“Nós da base também queremos votar... E queremos votar ainda em 2009”, destaca o deputado Julio Delgado (PSB-MG), autor de um requerimento, apresentado na quarta-feira (18), que pede a inclusão da matéria na pauta de votação.
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O requerimento conta com 64 assinaturas de governistas confirmadas pela Secretaria Geral da Mesa da Câmara. Outras 14 assinaturas não conferem com o respectivo parlamentar indicado. (confira abaixo a lista dos parlamentares)
Julio Delgado destaca que o número certamente seria maior se ele tivesse mais tempo para colher adesões. “Não fui atrás de todos. Os que encontrei, com raras exceções, assinaram”, afirma, explicando que contou com apenas dois dias para conseguir as assinaturas.
O pedido partiu depois de a Câmara barrar o acesso de aposentados ao Salão Verde e às galerias do plenário.
Para ele, o governo preciso chamar a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) para tentar solucionar a questão. “Não adianta as centrais sindicais.” Conforme a avaliação dele, a Câmara votaria em consenso se o governo oferecesse aos aposentados que ganham acima de um salário mínimo um aumento equivalente à inflação mais 70% do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.
A deputada Sandra Rosado (PSB-RN), que também assinou o requerimento, lembra que não recebeu nenhuma orientação do governo ou de seu partido para que a proposta deixasse de ser analisada. “Tenho uma posição clara em defesa do aposentado. E nada mais democrático que levar a plenário”, afirma a congressista potiguar.
Ela destaca que sua bancada tem “liberdade para votar” e que está “preocupada” com a possibilidade de a matéria ser colocada para o próximo ano em virtude da obstrução dos oposicionistas.
O líder oposicionista Fernando Coruja (PPS-SC) é taxativo: “Se o projeto entrar em pauta, ele vai ser aprovado”. O catarinense explica que também apresentou um requerimento para que o reajuste das aposentadorias fosse feito pelo salário mínimo. Contudo, o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), não se posicionou em relação ao pedido. “Ele não deferiu, nem indeferiu”, lamentou Coruja, destacando que a maior dificuldade é colocar a proposta em pauta. (Rodolfo Torres - Congresso em Foco)
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