Em busca de uma aposentadoria tranquila, jovens investem, ao mesmo tempo, em projetos profissionais e planos de previdência. Estratégia é aprovada por especialistas em finanças pessoais Rodrigo Felipe Escovedo viu, na adesão a um plano de previdência privada, o primeiro passo para garantir uma aposentadoria tranquila. Precaução rotineira, não fosse um detalhe: o investidor tem apenas 22 anos e nem sequer concluiu o curso superior. A ideia é fazer com que os R$ 150 separados mensalmente virem R$ 10 mil no dia em que ele deixar de trabalhar. “Assim que eu entrar no mercado, quero aumentar esse investimento pelo menos de dois em dois anos até atingir R$ 600, que acho que é o suficiente para um plano de previdência privada, já que mais tarde entram família e outras despesas”, conta. Estagiário de uma seguradora, Rodrigo ganha R$ 600 e, às vezes, conta com a ajuda do pai para fazer o depósito.
Leia Mais...Em um primeiro momento, a atitude de Rodrigo parece exagerada. Por que se preocupar com a aposentadoria antes mesmo de saber se os primeiros passos na carreira vão dar certo? Mas, segundo especialistas em finanças pessoais, assim que tiver algum tipo de renda fixa própria, mesmo que seja uma bolsa de estágio, o profissional precisa começar a se preparar para quando o trabalho deixar de ser uma obrigação. “Poupar é um valor social importante, mas que não faz parte da cultura dos jovens, que dependem muito dos pais e não viveram épocas de crises”, analisa o economista Roberto Piscitelli.
O recomendado é destinar mensalmente de 5% a 10% da renda. Os mais velhos costumam recorrer à poupança, à previdência social e aos programas montados no local de trabalho. Para os jovens que se preocupam com o assunto, essas não parecem opções atraentes. Apoiados por especialistas, eles têm apostado tanto em alternativas menos arriscadas, como a previdência privada, quanto em projetos mais ousados e com chance maior de lucratividade, como o investimento autônomo.
Diferentemente da poupança, que é mais flexível, a previdência privada, segundo Roberto Piscitelli, tem caráter de médio e longo prazo, o que evita a tentação de usar o valor investido a qualquer hora. “Nos dois, é possível sacar o dinheiro. Mas, na previdência privada, a taxa para saque antecipado é muito alta, o que estimula muitos a continuar com a economia”, explica o também professor de finanças da Universidade de Brasília.
Casado, Gleidson Teixeira da Silva optou pelo risco mínimo e foi além das expectativas. Em pouco mais de quatro meses de adesão a um plano de previdência privada, ele deposita mensalmente mais de 16% do salário. São R$ 200 tirados dos R$ 1.200 ganhos como pintor de obras. Na estreia, como forma de incentivo, foi depositado o dobro do valor. “Ainda não sei no que quero investir, mas já estou pensando em quando não puder mais trabalhar. Sei que o dinheiro só está aumentando lT, comemora o trabalhador de 28 anos. Autônomo, Gleidson também reconhece, no plano de previdência, uma alternativa de renda em caso de acidente de trabalho.
Apesar de sugerido, o valor para começar o investimento não precisa ser alto. Segundo o vice-presidente da Federação Nacional de Previdência (Fenaprevi), o mercado tem diminuído a quantia mínima justamente para absorver os jovens. “Hoje, você consegue começar uma previdência privada com R$ 30”, ressalta Renato Russo. Fernando Neves não sabia da facilidade. “Eu não imaginava que podia começar com tão pouco. Antes, eu pensava em procurar um plano só perto dos 30 anos”, reconhece o estudante de relações internacionais. Ainda assim, aos 22 anos, ele acredita que é melhor arrumar um emprego estável antes de fazer esse tipo de investimento. (Correio Braziliense-19.07)
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