Donos de um patrimônio estimado em R$ 419 bilhões, os fundos de pensão brasileiros são uma das mais vantajosas opções dos trabalhadores quando se fala em previdência complementar, já que as empresas também são responsáveis por parte do aporte mensal de recursos, que no futuro deverão engordar a aposentadoria dos participantes. No entanto, a abrangência ainda é bastante pequena: são 2,5 milhões de integrantes em um universo de 92 milhões de pessoas em idade economicamente ativa no País, em boa parte por causa da falta de uma cultura previdenciária mais sólida no País. E a crise internacional coloca um novo desafio aos gestores: como garantir a rentabilidade dos ativos e a aposentadoria futura.
Para o presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), José de Souza Mendonça, o teto estipulado para cada tipo de investimento é essencial para o funcionamento do setor, oferecendo maior garantia aos participantes sobre a manutenção do fundo ao longo das décadas. “Aplicamos pensando no longo prazo, já que teremos que pagar uma aposentadoria daqui a 30 ou 50 anos. No mercado, somos investidores, não especuladores”, define. Por isso, Mendonça diz que, na administração de um fundo, o gestor precisa se preocupar em correlacionar os ativos (patrimônio) aos compromissos do passivo (as pensões e aposentadorias). “Para cada ativo, temos uma obrigação do outro lado”, afirma. Qualquer empresa pode criar um fundo de pensão para seus funcionários, mas o presidente da Abrapp ressalta que um número pequeno de participantes pode inviabilizar o funcionamento por conta dos custos operacionais. Uma alternativa comum é reunir vários planos em uma única gestora, como é o caso da Sociedade de Previdência Privada do Rio Grande do Sul (Indusprevi), dirigida por Mendonça e que abarca os planos de trabalhadores do Sistema Fiergs e da Paquetá. Os 1,1 mil planos existentes no Brasil são administrados por mais de 300 entidades.
Hoje, o segmento representa 18% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, mas a meta pretendida pela Abrapp é chegar a 50% até 2015. Porém, esse incremento depende do desenvolvimento de uma consciência previdenciária entre os brasileiros. “Deve-se pensar em aposentadoria com 20 ou 30 anos e não com 60 anos, quando não há mais tempo para formar um capital”, defende. Segundo o executivo, as empresas também precisam mudar sua maneira de encarar os fundos de pensão e incorporá-los como mais um benefício aos funcionários.
Recursos ajudam a mover a economia - Os fundos de pensão brasileiros dispõem de pelo menos R$ 20 bilhões para investimentos alternativos e esses recursos são cobiçados pelo mercado, principalmente em um momento de escassez de crédito em todo o mundo. Responsável pelo maior fundo de pensão do Estado, com um patrimônio de R$ 3,26 bilhões, o presidente da Fundação CEEE de Seguridade Social (Eletroceee), Humberto Façanha da Costa Filho, revela que a instituição tem sido procurada para se integrar a empreendimentos em segmentos como reflorestamento e geração de energia eólica. “Com a queda dos juros, teremos que redirecionar um grande volume de aplicações”, diz. O limite determinado pela Secretaria de Previdência Complementar para investimentos alternativos é de 5% dos ativos totais, o equivalente a R$ 160 milhões no caso da Eletroceee.
Responsável pela gestão dos recursos dos trabalhadores da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), AES Sul, Rio Grande Energia e outras cinco empresas do setor de energia, a Eletroceee aplica 72% dos seus ativos em renda fixa. Desse total, 95% estão concentrados em títulos do Tesouro Nacional, cujo rendimento está atrelado à taxa Selic, em queda desde o agravamento da crise financeira internacional. Essa situação pode comprometer o cumprimento da meta atuarial da instituição, obrigada a obter rendimentos anuais equivalentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acrescido de 6%, o que deve fechar o ano em 10%, enquanto a previsão para a taxa básica é de ficar em um dígito. .”O grande desafio é definir onde aplicar neste momento de turbulência para cumprir a meta”, afirma. Neste ano, R$ 500 milhões em aplicações de títulos do Tesouro irão vencer e poderão ser direcionados ao mercado. “O setor produtivo, por meio da renda variável, também não está muito atrativo, com muitas empresas em dificuldades, o que exige cuidado na hora de investir”, diz. A precaução de Costa ao escolher no que investir não é a toa, afinal está em jogo o recurso que deverá garantir a qualidade de vida dos participantes no futuro. (Jornal do Comércio/Porto Alegre)
Para o presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), José de Souza Mendonça, o teto estipulado para cada tipo de investimento é essencial para o funcionamento do setor, oferecendo maior garantia aos participantes sobre a manutenção do fundo ao longo das décadas. “Aplicamos pensando no longo prazo, já que teremos que pagar uma aposentadoria daqui a 30 ou 50 anos. No mercado, somos investidores, não especuladores”, define. Por isso, Mendonça diz que, na administração de um fundo, o gestor precisa se preocupar em correlacionar os ativos (patrimônio) aos compromissos do passivo (as pensões e aposentadorias). “Para cada ativo, temos uma obrigação do outro lado”, afirma. Qualquer empresa pode criar um fundo de pensão para seus funcionários, mas o presidente da Abrapp ressalta que um número pequeno de participantes pode inviabilizar o funcionamento por conta dos custos operacionais. Uma alternativa comum é reunir vários planos em uma única gestora, como é o caso da Sociedade de Previdência Privada do Rio Grande do Sul (Indusprevi), dirigida por Mendonça e que abarca os planos de trabalhadores do Sistema Fiergs e da Paquetá. Os 1,1 mil planos existentes no Brasil são administrados por mais de 300 entidades.
Hoje, o segmento representa 18% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, mas a meta pretendida pela Abrapp é chegar a 50% até 2015. Porém, esse incremento depende do desenvolvimento de uma consciência previdenciária entre os brasileiros. “Deve-se pensar em aposentadoria com 20 ou 30 anos e não com 60 anos, quando não há mais tempo para formar um capital”, defende. Segundo o executivo, as empresas também precisam mudar sua maneira de encarar os fundos de pensão e incorporá-los como mais um benefício aos funcionários.
Recursos ajudam a mover a economia - Os fundos de pensão brasileiros dispõem de pelo menos R$ 20 bilhões para investimentos alternativos e esses recursos são cobiçados pelo mercado, principalmente em um momento de escassez de crédito em todo o mundo. Responsável pelo maior fundo de pensão do Estado, com um patrimônio de R$ 3,26 bilhões, o presidente da Fundação CEEE de Seguridade Social (Eletroceee), Humberto Façanha da Costa Filho, revela que a instituição tem sido procurada para se integrar a empreendimentos em segmentos como reflorestamento e geração de energia eólica. “Com a queda dos juros, teremos que redirecionar um grande volume de aplicações”, diz. O limite determinado pela Secretaria de Previdência Complementar para investimentos alternativos é de 5% dos ativos totais, o equivalente a R$ 160 milhões no caso da Eletroceee.
Responsável pela gestão dos recursos dos trabalhadores da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), AES Sul, Rio Grande Energia e outras cinco empresas do setor de energia, a Eletroceee aplica 72% dos seus ativos em renda fixa. Desse total, 95% estão concentrados em títulos do Tesouro Nacional, cujo rendimento está atrelado à taxa Selic, em queda desde o agravamento da crise financeira internacional. Essa situação pode comprometer o cumprimento da meta atuarial da instituição, obrigada a obter rendimentos anuais equivalentes ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acrescido de 6%, o que deve fechar o ano em 10%, enquanto a previsão para a taxa básica é de ficar em um dígito. .”O grande desafio é definir onde aplicar neste momento de turbulência para cumprir a meta”, afirma. Neste ano, R$ 500 milhões em aplicações de títulos do Tesouro irão vencer e poderão ser direcionados ao mercado. “O setor produtivo, por meio da renda variável, também não está muito atrativo, com muitas empresas em dificuldades, o que exige cuidado na hora de investir”, diz. A precaução de Costa ao escolher no que investir não é a toa, afinal está em jogo o recurso que deverá garantir a qualidade de vida dos participantes no futuro. (Jornal do Comércio/Porto Alegre)
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