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quarta-feira, 18 de março de 2009
Fundos: Mercado se antecipa à Sadia e Perdigão
Além do tom otimista ontem, resultado, entre outros motivos, da alta de 20% no número de construção de casas nos EUA em fevereiro, o que mais movimentou o pregão brasileiro foi a volta dos rumores de que Sadia e Perdigão retomaram as conversas para uma possível união, resultando no que o mercado já batiza de "Sadigão". As ações das duas companhias passaram o dia entre as maiores altas do Índice Bovespa. As ordinárias (ON, com voto) da Perdigão subiram 7,17%, a segunda maior alta do Ibovespa, que se valorizou 2,34%, fechando ao 39.510 pontos. Já as preferenciais (PN, sem voto) da Sadia, o papel mais líquido da companhia, tiveram alta de 4,56%, enquanto as ON subiram 7,80%. Apesar dos papéis das duas companhias terem subido bem, causou um pouco de estranheza entre os analistas o fato das ações da Perdigão se valorizarem mais do que as da Sadia. Racionalmente, a união seria muito mais importante para a Sadia, uma vez que a sua situação financeira hoje é bem delicada, consequência direta das perdas que teve com operações de derivativos cambiais. Os rumores de uma possível fusão entre as companhias voltaram à baila no fim de semana e ganharam força na noite de segunda-feira, quando a Sadia divulgou comunicado confirmando as conversas. Ainda na noite de segunda, foi a vez da Perdigão divulgar um comunicado um tanto diferente, dizendo que já houve conversas entre as duas empresas, mas que agora não há mais. Na visão de analistas, faz sentido a Sadia querer mostrar que as conversas continuam, até para que se torne uma profecia autorrealizável. "A Sadia tem todo o interesse de que a operação saia do papel, para ganhar musculatura financeira suficiente e, consequentemente, sair da situação de aperto em que se encontra", diz um analista de banco. Pode parecer que faz séculos, mas foi em junho de 2006 que essa mesma Sadia estava tão bem que fez uma surpreendente oferta hostil para comprar o controle pulverizado da Perdigão, a mesma que hoje está numa posição privilegiada e pode se dar ao luxo de decidir o que estrategicamente é mais interessante para o futuro dos seus negócios. Com a ressalva de que ninguém sabe se a união das companhias irá ocorrer e quais seriam os termos de uma operação dessas, alguns analistas acreditam que, operacionalmente, o negócio é interessante para ambas as partes. "Sadia e Perdigão juntas significariam uma das maiores companhias de alimentos do mundo, tornando essa nova empresa ainda mais competitiva em termos internacionais do que elas são hoje separadas", diz a chefe de análise da Ativa Corretora, Luciana Leocadio. A fusão também impediria que uma grande companhia internacional do setor se interessasse em comprar a Sadia, a Perdigão ou quem sabe as duas. Se a operação não passar de mais uma onda de rumores, qual a opinião dos analistas com relação as duas empresas separadas? Para Luciana, da Ativa, sozinha, a Perdigão está bem mais preparada em termos de caixa, de conforto financeiro e em condições de crescer tanto no mercado local quanto no exterior. Vale lembrar que, em termos de governança corporativa, a Perdigão também é superior à Sadia. A primeira está no Novo Mercado, portanto, tem apenas ações ON, e oferece a todos os minoritários o direito de receberem o mesmo valor pago aos controladores no caso de troca de controle, ou seja, "tag along" de 100%. Já a Sadia está apenas no Nível 1 e oferece "tag along" de 80% tanto para as ON quanto para as PN. (Daniele Camba)
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