sexta-feira, 18 de março de 2011

Aumento da idade mínima reduziria déficit

Para tornar o sistema da Previdência Social mais sustentável, a idade mínima para requerer o benefício deveria aumentar gradativamente ao longo de 20 anos. Essa ideia foi defendida pelo professor da FEA (Faculdade de Economia), da USP (Universidade de São Paulo), Hélio Zylberstajn no debate da quarta-feira (16) do seminário sobre a Previdência, realizado pelo Ministério da Previdência.
O especialista defendeu a ideia de que o aumento gradual da idade mínima diminuiria o deficit do sistema previdenciário. Contudo, segundo o representante do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) no debate, Leonardo Rangel, ainda que o fator previdenciário, em certa medida, estimule os trabalhadores a se aposentarem mais tarde, ocorrem muitas aposentadorias “precoces”.

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Para evitar esse cenário, Zylberstajn defende a idade mínima como critério para aposentadoria. “A idade mínima para os novos entrantes na Previdência traria efeitos muito positivos em longo prazo”, afirmou o professor, de acordo com a Previdência. Para Rangel, é preciso trocar o fator por uma idade de referência.
O senador Paulo Paim, que também estava no evento, criticou o fator e afirmou ser a favor da instituição da idade mínima e de um sistema que igualasse os direitos previdenciários de servidores públicos e trabalhadores da iniciativa privada.
2050
Ainda nos debates da última quarta, os especialistas que participaram do primeiro dia do seminário concordaram que a Previdência precisa de mudanças para se tornar mais sustentável.
Os pesquisadores do Ipea apresentaram estimativas demonstrando que, se a Previdência mantiver as regras vigentes, em 40 anos, a população de trabalhadores ativos não conseguirá financiar a população idosa, que será três vezes maior em 2050.
Estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mostra que as recentes reformas previdenciárias realizadas pelos países-membros ainda não são suficientes para cobrir o aumento dos custos futuros com os sistemas. O Brasil foi convidado a participar da organização.
Segundo a OCDE, para tornar o sistema previdenciário mais sustentável, os países devem aumentar a idade de aposentadoria para 65 anos, tanto para homens quanto para mulheres. Os dados mostram que o número de pessoas em idade ativa atingirá seu pico em 2015. E até 2050, esse número deve cair em cerca de 10%.
Apesar desse cenário, a organização acredita que os países devem fazer reformas considerando os impactos aos segurados. Desde 1990, as reformas reduziram os benefícios em cerca de 20%. “Nós não podemos correr o risco de ressurgir idosos pobres no futuro”, disse em nota o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria. “Maior idade para se aposentar é somente parte da resposta”, enfatizou. (InfoMoney/Uol Notícias)

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