terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Consignado: Aposentados do RN

Aposentados pegaram mais de R$ 400 milhões emprestados no RN
Os potiguares aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) contrataram, em 2009, R$ 411.622.978,43 em empréstimos consignados, de acordo com dados da Previdêcia Social. O valor representa 189.955 operações e tem uma fatia de 7,3% do volume negociado na Região Nordeste. O valor da parcela do empréstimo consignado já vem descontado na aposentadoria.
A reportagem entrou em contato com o Ministério da Previdência Social para ter acesso aos números do ano de 2008 e verificar se o Rio Grande do Norte seguiu a tendência nacional: houve um aumento de 152,3% no volume tomado no país no ano passado, como foi publicado ontem pelo Diário de Natal. Outra informação não repassada pela Previdência foi quanto desses empréstimos está em vigor, ou seja, o que já foi pago e o que ainda é dívida.

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Para o consultor da Atca Consultoria Empresarial, Semio Timeni Segundo, os aposentados estão assumindo uma posição devedora desconfortável quando deveriam justamente estar usufruindo do acumulado de uma poupança de uma vida inteira. "Eles ganham um benefício imediato em troca de uma punição a longo prazo: os juros. Só pode ter acesso ao crédito a pessoa que está preparada para tê-lo, o que não é o caso da maioria dos tomadores de empréstimos e principalmente para os idosos, geralmente mais vulneráveis ao assédio e poder de convencimento dos corretores e agentes financeiros propagandistas do crédito", declara Segundo.
Ele comenta que, de uma maneira geral, as pessoas não estão preparadas culturalmente para esse tipo de operação e um péssimo exemplo é o americano, quando uma farra na oferta do dinheiro causou uma grande bolha financeira e o consequente arrastão da economia mundial. Segundo diz que, o caso dos aposentados é "mais grave" porque muitos deles são arrimos de família, sendo a única fonte de renda daquele grupo. "Alguns deles recebem apenas um salário mínimo e acontecem casos em que tomam crédito para comprar uma moto para um filho em 36 meses, por exemplo. Termina comprometendo o orçamento a longo prazo e a tendência sempre é dessa bola de neve (crescimento da dívida pela incidência de juros) crescer. A falta de capacidade de pagamento redundará em inadimplência e economia fica mais travada, com menos pessoas para comprar e menos dinheiro a ser oferecido"
Como dicas para evitar maiores constrangimentos, o consultor diz fala que a comunicação familiar com o idoso deve ser constante. Também orienta a usar mais a internet na busca de informações, além de procurar somente bancos "sérios", com uma história consolidada. "Eu defendo o uso do empréstimo consignado. Só não indico na forma que vem sendo feito", conclui. (Renato Lisboa - Diáriod e Natal-30.01)

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