Na próxima reunião de debate sobre as mudanças nas regras de reajuste dos benefícios do INSS e sobre o fim do fator previdenciário, não deverá ser discutida a aplicação da regra do fator 85/95 para quem se aposentou e teve o valor do benefício reduzido.
"O governo não admite discutir esse ponto. Para eles, a regra nova deve valer da aprovação para frente. Por isso, o assunto vai ficar de fora para que a negociação possa seguir", disse João Batista Inocentini, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical
Leia Mais...A reunião entre o governo e as centrais será nesta terça-feira.
As centrais e os sindicatos de aposentados estão dispostos a aceitar as exigências do governo para continuar a negociação do reajuste de 2010, do plano de reposição de perdas e da substituição do fator previdenciário.
Pela regra do fator 85/95, o segurado teria direito ao benefício integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição fosse 95, para homem, ou 85, para mulher.
Na regra do fator previdenciário, são considerados três fatores: a expectativa de vida, a idade e o tempo de contribuição. Quanto mais jovem, menor é o benefício.
A perda com o fator previdenciário pode chegar a 40%. Desde 1999, quando começou a ser utilizada a fórmula redutora, o INSS economizou cerca de R$ 10 bilhões com a aplicação desse fator.
"Como o governo não quer negociar agora uma revisão para quem foi prejudicado pelo fator, o único jeito é entrar com ações na Justiça depois que a regra mudar", comentou Inocentini.
O Sindicato Nacional dos Aposentados da CUT (Central Única dos Trabalhadores) também prefere investir primeiro nos pontos em que o governo quer negociar.
"A reposição das perdas é uma luta histórica da categoria. Temos a oportunidade de conseguir uma grande vitória nesse ponto. Os aposentados perderam muito nos últimos anos", disse Epitácio Luiz Epaminondas, o Luizão, presidente do sindicato.
Antes da reunião com o governo, as centrais sindicais pretendem se reunir para acertar as reivindicações.
"É importante ter uma posição conjunta", disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical.
Entre as propostas, as centrais vão pedir o fator 80/90.
O governo não comenta as negociações em andamento.
A Cobap (Confederação Brasileira dos Aposentados) abriu uma enquete no site da entidade para saber se aceita ou não as exigências do governo.
Sexta-feira, em São José dos Campos (a 91 km da capital), a Cobap fez um protesto com cerca de 2.000 aposentados e pensionistas. (Juca Guimarães - Agora S.Paulo-15.08)
Nenhum comentário:
Postar um comentário