terça-feira, 7 de abril de 2009

Secretaria promove oficina de planejamento estratégico

Com o objetivo de discutir, com especialistas do mercado, o atual momento econômico brasileiro, a crise financeira internacional e a realidade dos fundos de pensão, a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) reuniu-se na sexta-feira, durante todo o dia, para uma Oficina de Planejamento Estratégico. Abrindo o seminário, o Secretário Ricardo Pena enfatizou seu interesse em contextualizar o trabalho da SPC nesse cenário.

Sob o título “Mercado: Conjuntura econômica e financeira”, a crise financeira foi mostrada desde seus primórdios pelo Diretor de Derivativos de Renda Fixa e Câmbio da BM&FBovespa, Álvaro Affonso Mendonça.

O diretor da Bolsa analisou o surgimento da crise, lembrando os problemas do mercado imobiliário americano e o conseqüente medo do desemprego, além da arbitragem regulatória que passou a contaminar o mundo. No capítulo referente às previsões da crise financeira, o diretor da BM&FBovespa citou as clearing no gerenciamento das mesmas, e a obrigatoriedade dos fundos de pensão de operarem por meio de clearing.

Ele observou ainda, em sua palestra, que o Brasil só importou os efeitos da crise, e que, num futuro próximo, o panorama econômico reservará para o país uma “maior regulação dos mercados e convergência de regras; aumento da supervisão dos fluxos internacionais; concentração das operações sob o regime de contraparte central; aperto na supervisão da atuação de empresas não-financeiras, seguradoras e fundos de pensão em mercados especulativos; e revisão da modelagem de créditos.

O Diretor de Derivativos e Renda Fixa da Bovespa, antevendo a realidade brasileira nos próximos anos, opinou: 1) uma menor taxa de juros nominal pode levar investidores conservadores ao risco; 2) é necessário rever-se os benchmarks de investimentos; 3) o controle de riscos é essencial; 4) é necessário haver medidores de risco sistêmico e de eficiência de gestão nos fundos; 5) rentabilizar a carteira de baixo giro é fundamental.

DESAFIOS – Uma segunda conferência foi feita pelo diretor presidente da Fundação Cesp, Martin Glogowsky, abordando o tema “Desafios diante do Cenário Econômico Mundial”. No que diz respeito ao ativo, o palestrante falou que o ajuste dos principais desequilíbrios macro-econômicos implicará em taxas de juros reais mais baixas, devendo, portanto, o binômio retorno/risco se configurar em breve. Num passado recente, segundo ele, eram utilizados três categorias de investimentos, nessa ordem: imóveis, renda fixa e renda variável.

Depois de comentar que, no período 2002/2007, a maior parte dos recursos dos fundos de pensão foi alocado em renda fixa (títulos públicos federais), ali permanecendo por um longo período, Martin Glogowsky atestou: “Hoje faltam ativos no mercado e os responsáveis pelos investimentos nos fundos têm que correr riscos. Notamos que, atualmente, o apetite a risco é baixíssimo.”

Nesse setor de ativos, os principais desafios serão os seguintes, na sua opinião: a diversificação e a escassez de ativos. Isso porque, o processo de redução da relação dívida líquida/PIB, já em andamento, significa que não só a taxa de juro básica irá cair como cairá também a necessidade do governo federal emitir dívida, sobrando espaço para uma participação maior no crédito privado, explicou. A escassez de ativos foi justificada diante do tamanho da indústria e conseqüente escassez de produtos para ampliar a diversificação.

Do lado do passivo, como desafios foram citados: um novo patamar de juros reais (5%); um horizonte de tempo para alcançá-lo; um período de carência para iniciar o ajuste e a definição de um percentual mínimo a cada ano até o ajuste total.

PLANEJAMENTO SPC – Durante a tarde, secretários, diretores, coordenadores, assessores e chefes de escritório da Secretaria de Previdência Complementar reuniram-se para definir as ações estratégicas para o ano de 2009. Foram estes os temas tratados: 1) PAF (Planejamento Anual de Fiscalização); 2) Despesa administrativa; 3) Resolução sobre retirada de patrocínio, saldamento e eventos societários; 4) Certificação de dirigentes; 5) Aprovação da Previc. (SPC)

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