quarta-feira, 8 de abril de 2009

Patrimônio dos fundos de investimento cresce 4%

O setor de fundos de investimento respira mais aliviado, depois de enfrentar em 2008 uma das piores crises financeiras mundiais da história recente. No primeiro trimestre, o patrimônio líquido voltou a crescer, atingindo R$ 1,181 trilhão, alta de 3,96% em relação ao volume do final de 2008, segundo balanço da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). O forte recuo das taxas pagas pelos CDBs, a recuperação das carteiras de renda fixa após perdas em 2008 com a marcação de juros mais altos em papéis de bancos e no mercado futuro e a turbulência registrada pela bolsa neste ano foram fundamentais para a retomada dos fundos, na avaliação do vice-presidente da Anbid e diretor do Itaú, Alexandre Zákia.

Entre janeiro e março, os fundos registraram captação líquida positiva de R$ 8,4 bilhões, depois de os resgates terem superado as aplicações em R$ 32,1 bilhões no último trimestre de 2008. Os números deste ano ainda estão abaixo da captação do primeiro trimestre do ano passado (R$ 29,9 bilhões) e também de 2007 (R$ 23,4 bilhões), mas, conforme destacou Zákia, bem acima do que o setor esperava diante das turbulências de 2008. No ano passado, o setor teve queda de patrimônio, de 2%.

Para o executivo, é factível esperar crescimento de 20% para o setor neste ano, porém ele faz a ressalva de que a expansão pode ficar pouco abaixo disso. "Talvez cresçamos menos, cerca de 15%, mas o importante é que estamos em uma tendência positiva, conseguimos reverter o desempenho ruim do ano passado", disse. A previsão de crescimento de 20% para os fundos, contou Zákia, foi feita em um ambiente de taxa Selic a 13,25% anuais. Hoje, com juro de 11,25% e previsão de continuidade dos cortes, o estoque dos ativos reunidos nos fundos será corrigido a uma taxa mais baixa, explicou.

Contudo, os CDBs, grandes concorrentes dos fundos no ano passado, já apresentam queda no ritmo de expansão. Dados levantados pelo Valor Data mostram que, em 2008, o estoque reunido nessa aplicação cresceu cerca de 90%, para R$ 518,5 bilhões; já no primeiro trimestre, a variação é de apenas 1,3%, para um estoque de R$ 525,3 bilhões. "Com crescimento menor dos ativos dos bancos, a necessidade de funding diminuiu", explicou Zákia. (Valor )

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