A forte queda do mercado acionário derrubou a rentabilidade dos fundos de pensão para o pior resultado dos últimos 13 anos. Puxada por uma queda de 27,05% na renda variável, o retorno médio das entidades foi negativo em 1,62%, segundo levantamento da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). A variação patrimonial estimada é de R$ 16,5 bilhões. A redução levou boa parte do superávit acumulado ao longo dos últimos anos . O total caiu de R$ 76 bilhões, em 2007, para R$ 37 bilhões em dezembro de 2008. O que minimizou a queda foram os ativos alocados em renda fixa, que tiveram uma rentabilidade de 12,89%. Outros tipos de investimentos, como imóveis e empréstimos, renderam 18,37% no ano passado, informa o jornal, onde a matéria saiu publicada sob o título “Superávit das fundações cai a R$ 37 bilhões”.
"Tivemos um ano ruim em 2008, mas estamos em melhor situação do que outros países. Na mundo a queda foi de 20%", compara José de Souza Mendonça, presidente da Abrapp. Segundo ele, a segurança vem da estrutura organizacional. "Temos uma legislação que está avançando e nos proíbe de aplicar em fundos alavancados, em derivativos e títulos no exterior", completou.
Segundo dados da entidade, baseada em ranking da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), os fundos brasileiros tiveram o quinto melhor desempenho mundial no ano passado. Ficaram atrás de Coreia do Sul (3,3%), Turquia (2,5%), República Tcheca (1,9%) e Grécia (-0,6%). Os países desenvolvidos foram os piores, como EUA (-21,5%), Canadá (-21%) e Japão (-17,6%).
Outro atenuante é o bom desempenho dos últimos anos. Desde 1995, a rentabilidade acumulada (nominal) das fundações é de 1.086%, superior à necessidade atuarial (INPC mais 6%) de 553%.
Para este ano, Mendonça diz ser impossível fazer qualquer previsão, mas afirma que melhorias terão de ser feitas, como, por exemplo, a adequação da meta atuarial para a nova realidade da taxa de juros. No ano passado, apenas o CDI, que marcou 12,38%, não seria suficiente para cobrir uma meta atuarial de INPC mais 6%, que atingiu 12,87%. "Isso terá de ser feito. Os fundos terão de voltar para 5%. Terão de fazer composição e equacionar suas receitas para ficar equilibrados nessa nova realidade", afirma.
Ele citou ainda como desafios o processo de supervisão baseada em riscos, a certificação dos dirigentes e, principalmente, a aprovação do projeto de Lei que institui a Previc, novo órgão que irá fiscalizar os fundos fechados. (Valor)
Nenhum comentário:
Postar um comentário