Os fundos de pensão registraram no ano passado o pior resultado em suas contas desde o início do governo Lula. O rendimento das aplicações feitas por essas entidades ficou quase 15% abaixo da meta de rentabilidade do setor por causa da queda no mercado acionário causada pela crise financeira."O ano passado foi realmente ruim para o setor de previdência complementar. Mas, se analisarmos [o desempenho] desde 2003, esse foi um período privilegiado: os fundos acumularam rentabilidade 30% superior à exigência mínima", disse o secretário de Previdência Complementar, Ricardo Pena.As aplicações totais caíram de R$ 436 bilhões em 2007 para R$ 416 bilhões no ano passado. As ações foram as que mais sofreram, registrando uma perda contábil de R$ 31 bilhões, compensada parcialmente pelos ganhos em outros investimentos. A queda nas Bolsas fez o peso desses investimentos, que representavam 34% do total aplicado pelos fundos em 2007, encolher para 28%.A Bolsa afetou também o superávit das instituições. Em 2007, o patrimônio acumulado por essas entidades superava em R$ 76 bilhões o valor dos benefícios que deveriam ser pagos. Em 2008, o valor havia se reduzido para R$ 39 bilhões.No ano passado, 90 dos mais de 1.000 planos de previdência registravam superávit, e 120 tinham déficit de R$ 15 bilhões, que está sendo coberto pelo aumento nas contribuições dos participantes e dos empregadores que patrocinam os planos.Segundo Pena, os fundos que não alcançaram a rentabilidade de 6% acima da inflação -parâmetro usado pela maior parte do setor- terão dois anos para se recuperarem, pois as análises feitas pelo governo sobre a saúde financeira das instituições têm prazo mínimo de três anos. Conforme a Folha antecipou, 90% dos 372 fundos de previdência estão nessa situação.Para conseguir se recuperar, essas entidades terão que correr mais riscos. Num cenário de redução de juros, o governo avalia que devem aumentar as aplicações em imóveis, infraestrutura e ações."No passado, era confortável [aplicar em títulos públicos]. Tinha retorno alto e risco baixo. Isso mudou. Os fundos vão ter que correr mais risco para se rentabilizar", disse Pena.O governo se prepara para mudar as metas de retorno exigidas dos fundos. Hoje, o teto é de 6% ao ano. Segundo Pena, esse percentual pode ser reduzido para um máximo de 5%.A secretaria também quer propor mudanças nas taxas de administração dos fundos. As entidades estatais devem ter o teto de 15% reduzido para cerca de 10% das contribuições dos participantes. Já as entidades privadas terão de estabelecer percentuais máximos.
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